Felino que matou caseiro em MS tem problemas renais e será monitorado

Onça-pintada que matou caseiro no Pantanal está debilitada e será monitorada. Caso é inédito e deve ser estudado por programa federal.

Felino que matou caseiro em MS tem problemas renais e será monitorado
Veterinárias do CRAS realizam exames na onça-pintada após sedação. Animal está debilitado e apresenta alterações hepáticas e renais.


Na beira do Pantanal, onde as árvores ainda sussurram histórias e o rio passa mais devagar, um ataque mudou a rotina. O caseiro Jorge Ávalo, conhecido como Jorginho, sumiu na segunda-feira (21). Morava há 20 anos num pesqueiro na região de Touro Morto, em Miranda (MS). Ele gostava de fotografar onças. Mostrava os vídeos com orgulho.

Mas dessa vez, a imagem virou ausência. O sumiço virou busca. Na terça-feira, a PMA encontrou vestígios de sangue e restos humanos no deck do pesqueiro. A confirmação veio sem dúvida: foi um ataque de onça-pintada. Pela primeira vez no Brasil, um felino foi capturado após matar um humano.

Jorge Ávalo, conhecido como Jorginho, trabalhava há cerca de 20 anos em pesqueiro na região de Miranda (MS); ele foi vítima do ataque da onça.

O animal que não está bem - A onça é macho, tem 9 anos e pesa 94 quilos — abaixo do ideal para sua idade. Foi capturada de madrugada e levada, em comboio, até o CRAS (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres), em Campo Grande.

Chegou cansada. Os veterinários logo notaram sinais de desidratação, alterações nos rins, fígado e intestino. Passou por anestesia, exames e agora aguarda laudos mais detalhados.

“O comportamento está normal, mas o estado geral é frágil”, diz o boletim.

A onça está isolada, num recinto com grades. Consciente, mas ainda sem forças.

Equipes do CRAS, PMA e Imasul realizam o transporte da onça-pintada capturada após ataque a um caseiro no Pantanal de MS.

O que vem depois? Depois de estabilizado, o animal será entregue ao Instituto Chico Mendes (ICMBio). A ideia é integrá-lo a um programa de monitoramento. A ciência quer entender o que levou esse felino a atacar um ser humano.

“É um caso absolutamente inédito. Vai gerar muito estudo”, disse Arthur Falcette, secretário-executivo estadual de Meio Ambiente.

o fim de um e o cuidado com o outro - A morte do caseiro causou comoção. O cuidado com a onça, reflexão. Ali, entre natureza e vida selvagem, não há vilão, só desequilíbrio. A floresta fala em códigos. E às vezes, a gente demora a entender.

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